segunda-feira, 25 de maio de 2009

Exclusão digital


A Internet, que era praticamente inexistente há uma década, hoje está presente no cotidiano das pessoas e empresas. A parte da sociedade que não tem acesso a essa forma de comunicação se encontra em incrível desvantagem em relação às pessoas conectadas, já que essas possuem um leque de oportunidades e inúmeras perspectivas que somente a Internet, por ser um espaço aberto e de alcance extremo, pode oferecer.

No Brasil, há um processo crescente de disseminação de computadores com acesso à Internet por todo seu território, incluindo favelas, tribos, e comunidades, entretanto, é válido ressaltar que o computador não é como o telefone, que está inserido na categoria "inclusivos para analfabetos", ou seja, para o uso da Internet, a instrução é elemento imprescindível. Sendo assim, a barreira existente não é espacial, nem física. A barreira é social, está na educação, no nível de instrução da população. Dessa forma, chegamos mais uma vez ao grande impasse da sociedade brasileira: a desigualdade social e suas consequências.

As políticas públicas podem aproveitar as novas tecnologias para melhorar as condições de vida da população e dos mais pobres, mas a luta contra a exclusão digital visa sobretudo encontrar caminhos que diminuam seu impacto negativo sobre a distribuição de riqueza e oportunidades. Os estudos estatísticos existem, entretanto, não conseguem mostrar com clareza o abismo existente entre os incluídos digitalmente e os não incluídos. Esse fenômeno acontece porque o fato de ser incluído nessa nova sociedade digital ultrapassa a ideia de se ter um computador com acesso à rede. Ou seja, vários outros fatores, tais como a qualidade do acesso, velocidade da conexão e custo e tempo disponível para tal acesso, por exemplo, são essenciais para poder se afirmar um indivíduo como usuário.

O valor efetivo da informação depende da capacidade dos usuários de interpretá-la. Informação só existe na forma de conhecimento. Portanto, combater a exclusão digital supõe enfrentar a exclusão escolar. E sendo assim, as escolas e as políticas públicas pedagógicas são instrumentos centrais para a sociabilização das novas gerações na Internet. Se o objetivo da Internet é democratizar informação, para que isso ocorra, é necessário mais do que democratização de acesso. É necessária a democratização da educação.
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Raíssa

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